Como Escolher o Tipo de Convites para o Seu Casamento

Como Escolher o Tipo de Convites para o Seu Casamento

Em um mundo saturado de cores e estímulos visuais, há uma forma de luxo que só pode ser percebida pelo toque. Falo do relevo seco, uma técnica que prescinde da tinta para comunicar através da textura e da sombra. Especializar-me neste ofício foi uma decisão de ir na contramão, de apostar na elegância da sutileza e de oferecer um tipo de beleza que se revela lentamente, convidando à contemplação.

O maior desafio do serviço de relevo seco, também conhecido como blind press, é justificar seu valor. Por não ter cor, pode ser confundido com algo “simples” ou “inacabado” por um olhar destreinado. Lembro-me vividamente de uma reunião com a mãe de uma noiva. Eu apresentei o protótipo de um convite lindíssimo em papel de algodão 600g, com um monograma floral em relevo seco. Ela olhou, virou o convite e perguntou: “Muito bonito, mas quando vocês vão imprimir a cor?”. Foi um momento delicado. Com calma, pedi que ela fechasse os olhos e passasse os dedos sobre o relevo. Seu semblante mudou. Ela sentiu a profundidade, a textura das pétalas, a qualidade do papel. “Meu Deus”, ela disse, “é como um bordado”. Naquele momento, ela entendeu. A lição foi clara: o relevo seco não se vende com os olhos, mas com as pontas dos dedos.

A execução técnica é outra barreira. A perfeição é a única opção. Um dos meus maiores erros no início foi tentar usar um clichê de magnésio padrão, usado para hot stamping, para fazer um relevo seco. O resultado foi um desastre. As bordas do relevo ficaram marcadas, quase cortadas, sem a suavidade arredondada que a técnica exige. O clichê para um bom relevo seco precisa ser esculpido em latão, com diferentes níveis e ombros arredondados, e trabalhar em conjunto com um contra-clichê (o macho e a fêmea). Foi um investimento alto, mas que transformou a qualidade do meu trabalho. Minha “confissão” é que sou obcecado pela altura e definição dos meus relevos. Passo horas ajustando a pressão da prensa, buscando aquele equilíbrio perfeito entre a profundidade do relevo e a integridade do papel.

O som do meu ateliê durante um trabalho de relevo seco é o “TUMP” pesado e surdo da prensa. É um som de força sendo aplicada de forma controlada. Não há cheiro de tinta, apenas o aroma limpo e puro do papel. O ambiente é de foco total na mecânica do processo. A ferramenta principal é a prensa, uma máquina de ferro que trato com um respeito quase reverencial. A sensação de um trabalho bem-feito é pegar o convite contra a luz e observar o jogo de luz e sombra criado pelo relevo. É ver como um design ganha vida e tridimensionalidade sem uma única gota de tinta. É a pura celebração da forma e da matéria.

O futuro do relevo seco está em sua combinação com outras técnicas. Um relevo sutil sobreposto a uma impressão em aquarela, ou um detalhe em relevo em um convite de design minimalista, pode criar camadas de interesse visual e tátil. Meu propósito é continuar a ser um defensor desta arte silenciosa, mostrando que a comunicação mais poderosa, muitas vezes, é aquela que sussurra em vez de gritar. Se vocês buscam uma elegância discreta, um detalhe que recompensa o olhar atento e o toque curioso, o relevo seco pode ser a alma do seu convite.

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