Numa era dominada por aplicações de navegação, o mapa de acesso impresso pode parecer um anacronismo. No entanto, acredito que ele evoluiu de uma necessidade puramente funcional para uma oportunidade de encanto e arte. Um mapa bem desenhado é mais do que um guia; é uma peça de storytelling, uma representação gráfica do caminho que leva a um dos dias mais importantes da vida de um casal. O meu ofício é transformar a cartografia numa forma de afeto.

A beleza de um mapa de acesso personalizado reside na sua capacidade de ser, simultaneamente, útil e belo. O meu projeto mais memorável neste âmbito foi para um casamento numa vasta fazenda de café na zona da mata de Minas. O acesso era complicado, com estradas de terra e pouca sinalização. Criar um mapa era essencial. Em vez de uma representação técnica, contratámos uma ilustradora para desenhar o percurso num estilo de gravura antiga. O mapa não só mostrava o caminho desde a estrada principal, mas também destacava pontos de interesse dentro da própria fazenda: “o lago para fotos”, “o terreiro da cerimónia”, “o paiol da festa”. O mapa foi impresso num papel mais robusto e dobrado como um pequeno tesouro. Os convidados usaram-no e muitos guardaram-no como recordação.

Contudo, a arte nunca pode sobrepor-se à função. Esta foi uma lição que aprendi da forma mais stressante possível. No início da minha carreira, desenhei um mapa visualmente deslumbrante, com uma estética minimalista e ícones elegantes. O problema? Na minha busca pela simplicidade, omiti uma saída crucial da autoestrada. O mapa era bonito, mas estava errado. O resultado foi que vários convidados se perderam, chegando atrasados e frustrados. Foi um erro humilhante. Desde então, o meu processo é rigoroso: todo o design de um mapa de acesso é feito sobreposto a uma imagem de satélite real. Cada curva, cada saída, cada ponto de referência é verificado triplamente antes da impressão. A arte embeleza a informação, mas não a substitui.

O processo de criação de um mapa no ateliê é delicioso. É uma mistura de geografia e design gráfico. O som é o do “zoom in” e “zoom out” no ecrã do computador, a procura por ângulos e perspetivas. A sensação tátil de um mapa bem impresso, com as suas dobras precisas, é extremamente satisfatória. O cheiro da tinta numa impressão a cores, rica em detalhes, anuncia que aquela peça é especial. É a criação de um objeto que convida à exploração.

O futuro do mapa de acesso impresso está precisamente nesta sua capacidade de ser um objeto de afeto. Ele não compete com o Waze; ele complementa-o. É a certeza de que o anfitrião pensou em cada detalhe da jornada do seu convidado. O meu objetivo é continuar a criar mapas que sejam não só à prova de erros, mas também cheios de personalidade e beleza. Se o vosso local de celebração merece mais do que um alfinete num ecrã de telemóvel, podemos juntos desenhar o caminho até ele de uma forma que seja o primeiro gesto de boas-vindas do vosso grande dia.

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